FUNDAMENTALISTAS E EXTREMISTAS

– “Depois dos ataques terroristas ocorridos em Paris, na França, por causa das publicações da revista Charlie Hebdo, fala-se muito em condenar os fundamentalistas. Para quem prega a democracia, o respeito a todas as religiões, liberdade de expressão, tolerância, paz e amor entre os povos, fica contraditório condenar o direito de seguir os próprios fundamentos. O direito de expressão é tão importante quanto o direito de crer. Crer no que quiser, ou não crer em nada, se não quiser. Quem praticou as ações terroristas não são apenas fundamentalistas; são extremistas radicais, que não sabem lidar com opiniões contrárias, com as críticas, e com as diferenças. O fundamentalista é conservador, não faz concessões para agradar este ou aquele grupo de pessoas (como fazem muitas religiões), mas não é violento; apenas procura preservar seus fundamentos, suas crenças. O extremista impõe suas crenças ou ideias pela força e a violência, chegando ao ponto de agredir e assassinar seus opositores. Não é muito diferente do que vemos, por exemplo, nos estádios de futebol pelo mundo afora. No atentado da França morreram 17 pessoas; no Brasil em 2014, 18 pessoas morreram   vítimas da intolerância futebolística; morreram apenas porque torciam para times diferentes. Será que isso não é extremismo? Isso também é condenável, mas parece que ninguém se importa…” (Kaul Rodrigues, por e-mail).